terça-feira, 9 de novembro de 2010

O outro...

É fácil ver, apontar, criticar, admirar, amar, aconselhar, aceitar o outro. Você pode não concordar com ele e ainda respeitá-lo, você pode criticar seus atos e e ficar do lado dele uma vez que ele esteja sendo injustiçado, você pode julgar sem conhecê-lo, você pode não conhecer e não julgar, você pode não dar a mínima. E diante de tudo isso, você é obrigado a reconhecer que não pode ser o outro, nem ele ser você. Não importa a postura ou opinião que qualquer indivíduo tenha sobre qualquer outro, ela sempre estará errada, e não importa o quantas pessoas a partilham, ela continuará errada. Você pode estar certo sobre gramática, ciências, culinária, mas você não pode definir um ser que poderia ser você, mas não é. "Cada ponto de vista é a vista de um ponto" disse meu professor de filosofia um dia, você deve observar os pontos de vista antes de formular sua opinião, assim você opina sobre situações, religiões, políticas, sistemas educacionais, sobre plantas, animais, minérios, sobre fórmulas, teoremas, teorias... Todos esse focos, para os quais você pode direcionar sua crítica, são invariavelmente inatingíveis pela sua opinião, ao se criticar um outro ser humano, portador da estranha capacidade de reflexão que nos é comum, deixa-se de observar através de um ponto de vista crucial, o do próprio indivíduo que você não é. É possível desvendar tudo que o outro sente, razões por que toma certas atitudes, você pode ler-lhes as feições, a postura corporal, ainda que você saiba tudo sobre outra pessoa, não há em você capacidade para juntar todas as características, relacioná-las, e definir um outro alguém, sem que você tenha sido esse alguém em algum momento, e isto não vai acontecer.



Vanessa Pelicano

2 comentários:

  1. Continua que vc chega lá. ;)
    Só chega, quem vai tenta andar!

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  2. E viva as diferenças que nos faz assim,únicos.
    :)

    Adorei! posta sempre..

    te amo nessa :*

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