terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Sobre as promessas que eu nunca cumpro e as lições que eu finjo que aprendi...

Reza a lenda que eu vou conseguir fazer dois posts no mesmo mês, e como a lenda é forte, que eu vou fazer um último post em 2014!!
É dia 30 e eu estou começando a escrever, vamos ver se consigo essa proeza...

Hoje eu quero tirar a máscara, todas as máscaras!




EU NÃO CUMPRO PROMESSAS!
Sério, quase nenhuma, as que eu faço para mim mesma, que faço para amigos, amores.
Tem promessas que a melhor coisa que acontece na sua vida é não cumpri-las, por exemplo:

- Nunca vou comer essa comida. (Imagina minha vida sem sushi? )
- Nunca mais vou mudar meu cabelo. (Do preto azulado ao vermelho muito escuro em apenas 8 meses!)
- Vou te amar para sempre. (Não dá para escolher apenas um comentário sarcástico aqui...)
- Nunca mais vou amar. (Ahan, senta lá Cláudia!)

Essas questões bobas, que quase todo mundo promete, são o de menos, eu descumpro promessas importantes...

- Não vou me importar com o que pensam de mim.
Todos os dias eu digo a alguém que não importa o que outras pessoas pensam da gente, mas eu, que vivo me prometendo não ligar mais para isso, me pego muitas vezes me importando com cada vírgula. A última foi andarem falando do meu corpo, que eu juro que amo, e me classificarem em algum padrão escroto como "zuada", que p#$%@ é essa? Não sei qual foi a parte mais ridícula, um pensamento tão antiquado, ou eu perder metade da festa chateada no whatsapp. (Tenho amigos longe de mim :/)

- Vou dar tempo ao tempo.
Quem me vir falando isso pode ficar de olho em mim, eu vou fazer alguma merda, eu não sei esperar, eu quero aprender, mas não, nem de longe, eu dou conta de fazer isso atualmente. Deve ser por isso que eu não aprendo a cozinhar, se eu não surtar querendo comer o negócio logo eu vou esquecer e vai queimar tudo. Mais impaciente que criança em shopping eu costumo querer tudo agora ou antes, sim, com isso eu só me ferro.

-Eu vou pensar mais em mim.
Não dou conta de fazer isso também, posso estar com a corda no pescoço, posso estar diante da maior e melhor oportunidade da minha vida, eu posso esquecer tudo isso para fazer algo por alguém, e pode ser algo muito menos importante. Eu não sei se tenho síndrome de super herói, se quero atenção ou demonstrar minha incrível destreza em resolver qualquer problema, mas eu devia começar a aplicar isso mais na minha vida que na dos outros, mas às vezes parece que todo mundo faz tudo errado e só eu posso arrumar as coisas, falta modéstia aqui também...

Eu também não cumpro promessas de vou te ligar, vamos sair, por o papo em dia, levantar cedo, me manter no meu esporte, fazer aquela viagem...


EU FINJO QUE APRENDI LIÇÕES!

Então né...
Sobre o monte de conselhos que eu dou, sobre as coisas sensatas que eu digo como quem já viveu muito, a verdade verdadeira é que eu sou uma maldita sabe tudo, e eu sou muito inteligente, avalio coisas que nunca vivi, dou conselhos incríveis que nunca segui, pra chegar a resultados que eu nunca cheguei, e o pior é que tudo que eu falo ajuda muito quem me ouve, vou começar a mandar conselhos para mim mesma, mas não vou prometer isso senão eu não cumpro.

De todas as lições que eu nunca aprendi de verdade, algumas me pesam mais...

- Vamos falar sobre amor...
Cara...ca, eu perdi a conta de quantos conselhos sobre amor eu já dei, até quando eu nem acreditava nele, até para a pessoa que eu amava e amava outra pessoa. Mas jesus, como eu não sei lidar com isso! Eu falo de amor com a simplicidade que eu queria senti-lo, aconselho os corações mais perdidos, olha que fofo, mas me deixa lidar com um sentimento meu, está relacionado com não saber dar tempo ao tempo eu acho.

- Ninguém vai realizar seus sonhos por você.
Passei os últimos 5 anos vendo meu sonho se afastar, agora que deixei tudo para segui-lo estou meio perdida, mudo os planos a toda hora, espero oportunidades melhores, quando eu diria a todos, se agarra na primeira oportunidade e vai de para a próxima, quando a  gente sonha por tempo demais fica com medo de descobrir que nosso sonho realmente não vai se realizar, sem a desculpa de estar se estabilizando e acabou não dando tempo, você precisa ser um fucking exemplo. Nem sempre a gente lembra que o "não" a gente já tem...

- A vida é muito curta para qualquer zona de conforto!
Esse tem sido meu lema desse ano, e não foi uma lição que não aprendi, foi uma a qual me propus.
Eu me apego muito ao passado ou ao futuro, constantemente estou nostálgica ou apegada a um plano futuro. É um vício meu viver sonhando, deixar muinha mente fluir, e às vezes ela vai longe demais.
Me disseram ontem o quanto eu falo que tenho quase trinta anos, e não estou vivendo meus vinte e sete, me dou conta que aos 30 vou sentir falta de agora.
São minhas zonas de conforto, fugir da realidade, e eu faço isso com muita eficiência.

Tudo isso me leva a um pensamento simples, tempo não traz sabedoria nenhuma, com 27 não sei muito mais que aos 15.
Viajar, ler, conversar com pessoas, pessoalmente, por os pés fora de casa pelo menos uma vez ao dia, essas coisas trazem sabedoria, daquelas simples.
Passei tempo demais tirando conclusões sobre coisas que nem me diziam respeito, deixei de ter experiências que realmente me ensinariam as lições que eu queria aprender, usaria para mim os conselhos que eu dou.
Tempo é igual dinheiro, igualzinho, se você tem muito não sabe quanto vale.

Começando a contar apenas com os segundos de cada dia.


E agora as promessas de fim de ano...
Chega de promessas.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

E então você criou coragem e saiu da zona de conforto, e agora?

Sem postar desde setembro, isso porque escrever sempre foi minha válvula de escape, e por pura falta de foco.

 Lembro que no meu primeiro namoro eu comprei um daqueles diários de criança, com um fecho de senha, mas de plástico, eu escrevia tudo que me apavorava naquele relacionamento que era tão diferente de tudo que eu já tinha vivido, até então eu era uma garota evangélica que acreditava que "ficar" era um pecado. Eu escrevia durante a noite, e de manhã, no ônibus para o colégio meu ex, que já sabia a senha, lia até mesmo as coisas ruins sobre ele, essa foi talvez a coisa mais legal entre a gente, mas esse não é um paragrafo sobre meu primeiro namoro, é sobre eu me sentir realmente aliviada quando escrevo.

Eu pretendia fazer um resumão desses meses sem escrever, mas muita coisa aconteceu, mudei meus planos umas 15 vezes e nem tudo teve seu desfecho ainda. Não é preguiça de colocar vocês a par, é não saber como fazer isso.

Então esse post é sobre nada?

Não sou tão louca assim, esse post é sobre o acontecimento do ano, dos últimos cinco anos, e sobre algumas descobertas sobre mim mesma.

E então você criou coragem e saiu da zona de conforto, e agora?


Ficou ó, uma bosta!
Mas vamos ao que interessa, eu fiz! Eu finalmente decidi sair da faculdade, aquela que falta muito pouco, aquela que só faltavam seis meses, agora falta um ano inteiro, e está eternamente quase acabando.

Se eu fiquei louca?
Completamente, eu perdi as contas das vezes em que me peguei pirando com a ideia de, algum dia, me dar bem na área e nunca mais sair em busca dos meus sonhos impossíveis. A verdade é que você não vai arrumar um jeito de fazer o que você ama depois que se estabilizar, você vai ter uma desculpa para não criar essa maldita coragem.
Sim meus amigos que estão lendo isso agora e sabem que quase anotei seus nominhos aqui, sair da zona de conforto é não estar seguro, não ter certeza, nem por um minuto, e meter o loco.


Agora tu se sente livre né?
Aquela sensação de estar pronta pra qualquer coisa?
Aquela certeza de ter feito a escolha certa?
Nem um pouco baby, tá bom, algumas vezes, por uns 15 minutos, dá essa satisfação, aquele "cara, sou muito foda".
 Mas a verdadeira sensação que predomina nos dias que se seguem é aquela de "primeiro dia de aula", quando você não sabe de nada, não conhece ninguém, e espera sofrer bulling até dos professores.
Deve ser a mesma sensação de quando você está formado e te perguntam em que você vai trabalhar, mas eu acredito que nunca poderei comparar.
Sair da zona de conforto é uma bosta, eu sou universitária há 7 ANOS, bom, era, tô acostumando e ainda pago meia no cinema, eu sai de outras 2 faculdades e quase que automaticamente entrando na próxima, mas agora simplesmente acabou essa vida, esse status, não tinha entendido bem que eu não era apenas graduanda em Química, aquele realmente era o meu mundo, os grupos que eu entrei, a rotina que eu tinha, a forma como as pessoas me tratavam e como eu as tratava, aquilo me representava.
E agora nem tenho mais em que sentir vontade de jogar uma bomba.
Brincadeiras toscas a parte, isso marca o fim da minha rebeldia sem causa, a minha marca registrada, justificativa para o mau humor, o desânimo, como disse minha mão, agora não tenho mais motivo para querer ficar sozinha no meu quarto, vai entender essa lógica.

Falando em mãe, querem saber como ela reagiu?
Ela ficou puta, ela ficou muito puta, achei que eu ia apanhar com 27 anos, respirei fundo e não recuei, mas tem uma coisa nas mães que a raiva some tão rápido quanto ela se formou, minha mãe me ama, ela tá muito irritada, mas ela não me odeia, mas toda vez que ela lembra eu vejo sair uma fumacinha da cabeça dela.

Meu pai?
Também ficou muito chateado, me ligou e me disse coisas lindas para um pai, que quer me ver bem, segura, estável, com futuro certo, me doeu um pouco ter que dizer a ele que eu não quero nada disso, que nunca quis, eu sempre quis aventura, aos seis anos eu coloquei todas as minhas roupas em sacolas de supermercado e guardei por semanas no meu guarda roupas, minha vida era ótima, como agora, mas eu sempre quis esse desconhecido.

As pessoas vão reagindo de formas diferentes, e isso muda minha perspectiva a todo momento.

Pouco tempo atras uma tragédia levou um amigo desse mundo, e assim como ele, não tenho a perspectiva de que haja outro além desse, assim que a minha dor e saudade foram muito fortes e sempre serão, mas a minha compreensão sobre ter um propósito na vida que levo também foi fortificada.

Claro como água: se não há qualquer prova de um outro mundo, de uma outra chance para fazer o seu melhor, para ver dias mais felizes, justiça para todas as pessoas, se não é possível ter certeza que um dia todos estaremos no mesmo estado de graça, essa é a única vida que temos para fazer o nosso melhor em tudo, para buscar mais justiça, ainda que ela nunca tenha nos faltado, eu só conheço esse mundo e acho que ele precisa mudar muito, como não trabalhar por isso todos os dias da minha vida?
Eu não ia fazer muito para mudar o mundo com a Química, eu provavelmente não iria fazer nada, eu seria uma eterna rebelde sem causa, lamentando todos os dias nunca ter feito o que eu queria fazer, acusando o mundo de ter feito com que eu me conformasse, e esse mundo que eu devia estar mudando e melhorando seria meu grande inimigo.

Não, obrigada, a única rebeldia que combina comigo agora é essa de tomar o volante da minha vida, e não saber ao certo como guiá-la, derrubar algumas placas de advertência, lembrar que combustível não sofre geração espontânea dentro do motor, eu vou ter que colocar mais, muitas vezes.

Essa analogia eu criei por conta da música que embalou meu momento de decisão:



Sou muito musical, mas eu não fico irritando as pessoas com isso nas redes sociais hahaha.

O que vem agora?
Parece que vem todo o resto...
Um possível emprego vem surgindo, juntar grana por um tempo (não estou sendo hipócrita, mas sim, é preciso um pouco de dinheiro, aceitemos), finalmente sair do país um tempo, ou muito tempo, venho planejando uma dessas voltas ao mundo, a minha vida agora é uma incrível folha em branco, onde vou escrever tudo do zero, do meu jeito, minha própria história, e se ficar uma porcaria, é minha porcaria!

Que eu possa estudar cinema como eu desejo com tanta força.
Que eu pare de enganar nos idiomas e os estude de verdade.
Que eu pare de julgar as pessoas.
Que eu viaje o mundo.
Que eu mude seja a tal mudança que eu quero ver no mundo.

A vida é curta demais para qualquer zona de conforto.


Imagens retiradas do site weheartit.com
Vídeo: youtube.com
Banda Incubus